Boletim Mensal Março/2023

PROJETO SERRA

 

Todas as vezes que nós andamos pela cidade de São Paulo, a nossa referência são as duas avenidas marginais. A principal é a do Rio Tietê que se inicia na região do0 CEASA e termina no início da Rodovia Ayrton Senna e outra do Rio Pinheiros que inicia também na Região da Cidade Universitária e termina próximo ao Autódromo de Interlagos. No início do século XX, o leito dos rios e as suas margens eram sinuosas e alagadiças. Nos anos 1920, São Paulo já despontava como uma cidade com vocação industrial, possuía na época várias tecelagens e indústrias de papéis que utilizavam vapores produzidos em caldeiras com queima de madeiras, que sugeria a troca de caldeiras convencionais com caldeiras elétricas, construindo geradores elétricos com aproveitamento das águas do Rio Tietê.
Assim, o projeto Serra foi idealizado pelo Eng. Billings, engenheiro Norte Americano que em 1925 apresentou ao Superintendente da Light Power Company, Engenheiro Edgard de Souza. O projeto Serra, consistia em aproveitar as águas da bacia fluvial do alto Tietê que nasce na Região de Mogi das Cruzes, e seu principal afluente Rio Pinheiros com seu traçado sinuoso, que na época das chuvas inundava toda sua margem, principalmente na região da cidade Universitária e CEASA. O projeto consistia em retificar o leito dos dois rios e drenar as margens, mudando curso do Rio Pinheiros construindo duas barragens elevatórias. Na época já existia a Usina Edgar de Souza, na cidade de Santana do Parnaíba inaugurado em 1901 com capacidade de 16Mw, que abastecia a cidade de São Paulo, o projeto consistia em elevar a crista da barragem de Edgar de Souza em cerca de 6 metros, esta usina deixou de gerar a energia elétrica em 1952, transformando em usina elevatória.


Usina Traição


Usina Pedreira


Usina Henry Borden

A Segunda barragem, chamada de Traição, fica próximo à avenida Bandeirantes e Jockey Clube de São Paulo, inaugurado em 1940, funciona como uma usina elevatória com elevação de 5 m.
E por fim, a usina elevatória de Pedreira, que fica próximo ao autódromo de Interlagos com altura de 25 m que deságua na represa Billings, assim predispõe volume de água para Usina Henry Borden em Cubatão, cuja altura é de 720 metros, inaugurada em 1926. A Usina Henry Borden tem duas usinas, uma externa com conduto forçado externo com 8 máquinas totalizando 469 Mw, e outra em caverna de 120 metros de comprimento 21 metros de largura e 39 metros de altura com 6 máquinas totalizando 420 Mw. As duas usinas têm aproximadamente 900 Mw de potencial.
Projeto extremamente ousado da época que previa prover de energia elétrica até final do século XX para São Paulo, foram necessários iniciar a construção de outras no Rio Tietê, como Barra Bonita, Promissão, Bariri, Ibitinga, Nova Avanhandava, Três Irmãos e no Rio Paraná as Usinas Jupiá e Ilha Solteira, para atender a demanda do crescimento industrial da Grande São Paulo.
Este grande projeto hídrico, além de aproveitar para geração de energia elétrica, é aproveitado para abastecimento de águas para as cidades de Grande São Paulo, e ainda previa uma hidrovia que traria produtos do interior de São Paulo, passando pela eclusa de Edgar de Souza, Traição, Pedreira e as barcas desceria com sistema de elevador para Rio Cubatão, depois para porto de Santos. A hidrovia, nunca chegou a funcionar, mas existe estruturas de concreto nas três barragens que serviria de eclusa para as barcaças.

  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    • A.W.K. BILLINGS
      MEMORANDUMRE.SÃO PAULO POWER PROJECT 1925
    • OTTAVIANO DE FIORE DI CROPANI
      O MUNDO DA ELETRICIDADE-ELETROPAULO ELETRICIDADE DE SÃO PAULO.
    • MAURÍCIO TIOMNO TOLMASQUIM 2005
      GERAÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL -EDITORA INTERCIÊNCIA

(Texto: Mitsuo Ono – Conselheiro Fiscal Guifu Kenjinkai do Brasil)

 

 

Participação no 1º Encontro Mundial dos Provincianos de Gifu
e Passeio Turístico Pelo Japão (3)

 

31/outubro (segunda-feira)
Ainda sentindo a euforia pelo sucesso do Encontro Mundial, partimos de ônibus em viagem de 3 dias e 2 pernoites para conhecer a cultura e tradição da Província de Gifu.
A maioria era participante do Encontro Mundial, entre eles o presidente do Washington D.C. Gifu Kenjinkai Sr. Toyofumi Sunny Fujii (natural da cidade de Gifu), presidente do Canadá Gifu Kenjinkai Sra. Chiyo Dolhan e a futura presidente da Gifu Kenjikai da Argentina Sra Mariko Tsuji e esposo. Os cerca de 40 participantes foram distribuídos em 2 ônibus.

 

O 1º local de visita foi o Museu de Ciências Aeroespacial de Kakamigahara (Sora Haku http://www.sorahaku.net/index.html). A visita foi guiada pelo vice-diretor do museu Sr. Hiroshi Morizora. Foi emocionante ver, dentre os vários aviões expostos no amplo espaço do museu, o avião de caça Hien. Foi maravilhoso também, na Área Espacial, a réplica do módulo do laboratório de pesquisas Kibo da ISS – International Space Station (Estação Especial Internacional) e réplica em tamanho real da espaçonave robótica Hayabusa 2.

Após compras na loja do museu, partimos para a cidade de Seki, para visita ao Hamonoya Sanshu Seki Hamono Museun (Museu da Forja de Espadas de Seki).
No estacionamento, após descer do ônibus, assistimos à demonstração do uso da espada Iai-giri (vestido de jinba-ori), e todos ficaram fascinados, registrando o momento em vídeo e fotos.
No museu, admiramos as espadas japonesas ali expostas e assistimos à apresentação da forja das espadas. Tivemos a oportunidade de experimentar a forja usando o grande martelo.
Era muito difícil acertar o ponto certo com o pesado martelo, mas todos estavam contentes com esta oportunidade única.Em vez da apresentação, alguns estavam mais interessados com a aquisição de lâminas de Seki e concentrados em comparar as peças.
Eu também adquiri uma faca de cozinha, e fiquei surpreso com o corte ao usá-lo após retorno ao Brasil. Uma peça genuína é mesmo excepcional.
Após compras, partimos para passeio em “udatsu no agaru matinamiti” na cidade de Mino.
Ali fomos recebidos pelo Sr. Shuji Ikemura (Jonathan), vice-presidente da GKI e ex-secretário geral da Associação Turística de Mino. Foi também nosso guia turístico.
Passeamos pelas ruas históricas e tiramos fotos em frente às edificações típicas da região (com cobertura extra contra incêndio chamadas de udatsu). Visitamos uma das casas onde funcionava o ton-ya (comércio atacadista), e pela sua bela e elegante arquitetura pudemos imaginar a época de auge da região.
Compramos gravuras de nihon-ga (em estilo japonês) impressas em mino-washi e objetos diversos, e depois saboreamos pratos típicos de Gifu preparados com peixe ayu. A maioria dos participantes eram de Nikkei e não nikkeis, e no Brasil a culinária japonesa está bastante difundida, com muitos restaurantes japoneses, mas ficaram surpresas com a diferença ao experimentar uma comida verdadeiramente japonesa.
A culinária japonesa encanta não somente pelo sabor, mas também pela apresentação, harmonia das cores, escolha dos ingredientes e delicadeza dos pratos. A receptividade dos funcionários também impressionou a todos. Muito satisfeito com o almoço, partimos para visita ao Museu Mino-Washi, onde experimentamos a técnica de produção do papel (washi).
Sou natural da cidade vizinha Itadori, mas nunca havia visitado o local. Confeccionar o washi então, era a primeira vez. Fico muito grato à província por organizar o tour onde pudemos conhecer e experimentar a cultura de Gifu.
Formamos 2 grupos, e cada grupo assistiu a uma palestra, visitou o museu e todos experimentaram a confecção do mino-washi.
Antes de deixarmos o museu cada um recebeu o item confeccionado. Uma peça valiosa dessa experiência única.
Nos despedimos do Jonathan e partimos para Gero Onsen, onde passaríamos a noite.
Distribuímos no momento em que todos embarcavam no ônibus o leque (uchiwa), presenteado pela Sra. Mai Miyamoto, associada do Furusato Gifu Kenjinkai, uma das que se empenharam para o sucesso do Encontro Mundial. Percorremos por um tempo de ônibus e chegamos a uma das 3 maiores estâncias de águas termais do Japão – Gero Onsen, e fizemos check-in na pousada Suimei-kan. Fomos recebidos pelo prefeito Noboru Yamauchi da cidade de Gero, e reunimos para confraternização no salão, com os funcionários da prefeitura e cidadãos de Gero.
Nos espalhamos nas mesas, e seguiu-se conversas animadas, em japonês e também em inglês. Foi um momento de aprofundamento das relações de amizade. A Guifu-Kenjin-Kai do Brasil possui profundas relações com a região de Gero. Um dos fundadores da nossa entidade, que completa esse ano 85 anos de fundação, foi Dr. Shizuo Hosoe, apelidado de Schweitzer brasileiro, e natural de Gero.
Ele imigrou ao Brasil, e deixou grandes legados, como a fundação do hoje maior grupo de escoteiros nikkei “Caramuru”, abertura do Hospital Japonês, convite e concretização da vinda de jovens escoteiros para imigração, entre outros.
Esse ano completa-se 123 anos do seu nascimento. Na cerimônia comemorativa do dia 30 de julho pelos 85 anos de fundação da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil e 110 anos da Imigração dos Provincianos de Gifu ao Brasil, realizaremos um entretenimento focado no Dr. Shizuo Hosoe. Sra. Mika Ono, diretora da Kenjinkai e autora do roteiro do entretenimento do 1º Encontro Mundial dos Provincianos de Gifu, realizado em outubro, cuidará da montagem e apresentação.
Esperamos poder contar com a honrosa presença do governador Furuta, prefeito Yamauchi de Gero e autoridades políticas e empresariais da província de Gifu.
Após a confraternização, aliviamos o cansaço da viagem relaxando nos 3 ofurôs da pousada, antes do jantar. No jantar, juntou-se a nós a presidente da Australia Gifu Kenjinkai, Sra. Yoko Hinz, e degustamos os pratos preparados com ricos ingredientes do mar e da terra, dançamos no palco a dança gujo, passando momentos muito agradáveis.
Após o jantar, desfrutamos novamente o ofurô, e depois uma deliciosa cerveja no bar. Ficamos conversando no quarto da Sra. Mika e Sra. Chiyo, com Sra. Yoko e Sunny, até tarde, como numa viagem escolar.Retornamos ao quarto e descansamos. Foi um dia maravilhoso.

(texto original em japonês – Mitsuyoshi Nagaya – dir. presidente da Guifu Kenjinkai do Brasil)

 

 


ACONTECIMENTOS DE FEVEREIRO DE 2023

  • Dia 07: Enviado para manutenção da impressora (limpeza e troca do fusor)
  • Dia 08:
    • Reserva feita para o dia 23/07 na Fazenda Tozan, pic-nic junto com a expedição dos estudantes de agricultura. Contato com Sr. Osamu Yamashita de São Miguel Arcanjo.
    • Reserva do aluguel do salão da Aichi Kenjinkai para os dias 29/30 de julho para cerimonia de 85 anos de Guifu Kenjinkai do Brasil
  • Dia 13: Enviado ao Kencho documentos para solicitação de subvenção/22.
  • Dia 17: Visita da Sra. Kotani/Nakatsugawa (Ela foi voluntaria na Cerimônia de 80 anos da Kenjinkai)
  • Dia 27:
    • Em levantamento lista dos convidados para cerimonia, do Japão e do Brasil
    • Reunião mensal da diretoria.

 


RESUMO DA ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA DIRETORIA DE FEVEREIRO DE 2023

  • Data e hora: 27 de fevereiro de 2023 (seg), as 19:00h
  • Presentes: Mitsuyoshi Nagaya(dir. Presidente), Hiromasa Kunii(dir. Vice-presidente), Sonia Sakuma(dir. secretária), Jorge N. Nagao(dir. tesoureiro), Mika Ono (diretora), Iraci Hirano(diretora), Henrique Kodama (diretor), Marcos Ono (diretor), Mitsuo Ono (Cons. Fiscal), Cecilia Hashizume(cons. Fiscal suplente).
  • Pauta do Dia
    1. Cumprimentos do diretor presidente
      • Agradecimento pela assembleia geral ordinária que transcorreu sem problemas no domingo.
      • Fixado orçamento para cerimonia, e para produtos da província.
      • Vai conversar com a GMG sobre o assunto Undokai nesta sexta feira, levantado na Assembleia.
    2. Apresentação dos acontecimentos do mês de janeiro pela diretora Sonia;
    3. Apresentação do movimento contábil de janeiro pelo diretor Nagao;
    4. Verificação do progresso da preparação do evento de julho de cada item, baseado na
      na escala de planejamento. Discutido sobre convites, layout do local, som e iluminação, lembrancinhas, segurança, etc.