Encerrado o 22º Festival do Japão!
Foi realizado durante o período de 5 a 7 de julho, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, o [Festival do Japão], maior evento mundial da comunidade Nikkei. Infelizmente o primeiro dia foi de chuva, e no sábado e domingo, apesar de passado a chuva, a temperatura caiu devido chegada de uma frente fria. O domingo coincidiu também com o jogo decisivo da Copa América de futebol, o que refletiu no número de público presente, que foi inferior ao ano passado, com cerca de 192.000 pessoas.
Promovido pela Federação das Associações das Províncias do Japão no Brasil (Kenren), é o maior evento do ano, com a participação das Kenjinkais oferecendo os pratos regionais e apresentando a cultura de cada província. Nesta 22ª edição, o evento contou também com stands de empresas nikkeis, workshops de cultura japonesa como shodō (caligrafia), ikebana (arranjos florais), sadō (cerimônia do chá), origami (dobraduras), sumiê (gravura monocromática em tinta), além de animê, artes marciais, dança, taikô (tambor japonês), minyō (canto entoado), show musical, concurso de Miss Nikkey, concurso de cosplay, etc.
Nós, da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil, reativamos nosso cadastro junto à Kenren, pois buscamos a dinamização das atividades da Kenjinkai, e após a posse da nova diretoria, tivemos a sugestão de que a participação no Festival do Japão seria muito significativa, e nos empenhamos nos preparativos.
Até então, nossa participação era por serviços terceirizados, mas na edição do Festival do Japão do ano passado, eu e minha esposa participamos como voluntários, conhecendo o ambiente, e estudamos um cardápio de comida típica da província de Gifu, com ingredientes fáceis de ser adquirido e preparado, e que pudesse ser de boa aceitação do público brasileiro. Assim, foi definido o cardápio com 4 itens: Kei chan (yakisoba com tempero de missô), gohei mochi – que ficou conhecido no Japão por causa da novela da NHK Hanbun Aoi, takoyaki e warabi mochi. Como o takoyaki era o prato de melhor aceitação , decidimos mantê-lo, e o warabi mochi ficou a cargo dos associados Sr. e Sra. Shibagaki, que os prepara de forma deliciosa.
O próximo passo foi providenciar os equipamentos necessários. No Brasil não é comercializado equipamento para preparo de takoyaki, gohei mochi (ou para yakitori – espetinho de frango), e até mesmo utensílios como pincel para óleo, necessitando trazê-los do Japão. Assim, compramos os itens pela internet, trazendo como bagagem de mão. Em outubro foi o meu filho, em janeiro a minha filha e no mês de maio eu fui, para trazer o restante. Mas no check-in no aeroporto fui informado que o transporte do equipamento era proibido, o que me deixou aflito, mas solicitei a outra pessoa o transporte, chegando a tempo de usar no evento.
Ensaiamos também o Gujo Odori todos os sábados, durante duas horas, a partir das 15h, para apresentação no Festival do Japão, e em agosto no evento da Japan House – inaugurada pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão. O grupo de dança foi formado por 26 pessoas no total. Copiamos o DVD fornecido pela cidade de Gujo, distribuindo aos participantes, para que cada um pudesse praticar a dança, reforçando no ensaio coletivo. A cada ensaio, os movimentos foram se tornando mais graciosos. O problema era o yukata, obi e geta (vestimenta típica e calçado). Isso também não poderia ser conseguido no Brasil, precisando ser trazido do Japão. Solicitamos à cidade de Gujo para coordenar a arrecadação junto à população, conseguindo o total de 70 yukatas, e o governo da província forneceu obis (faixa da cintura) e getas (calçado tipo tamanco) novos. Ficamos muito agradecidos com a ajuda.
Esse volume não poderia ser transportado na bagagem no vôo, então decidimos por passa-lo pelo trâmite de importação, para atender os dois eventos. O procedimento foi demorado, e quando concluímos o envio, faltava menos de 1 mês para o Festival do Japão. Os trâmites para importação de produtos ao Brasil são lentos, e soubemos que era normal ficar retido por até 20 dias no depósito da alfândega. Estávamos já meio desistindo, mas também torcendo, e o pacote que saiu do Japão via aérea em uma terça-feira chegou ao escritório da Kenjinkai na terça-feira da semana seguinte. Foi quase um milagre. Os getas e obis seriam trazidos pelos funcionários do governo da província, no vôo com chegada prevista na manhã do dia 3 de julho. Mas havia a possibilidade de uma alteração no vôo ou extravio da bagagem. No dia previsto da chegada, às 19:00, a Kenjinkai iria apresentar o Gujo Odori na Japan House, evento promovido pela Kenjinkai para divulgação da Província, o que deixou a nós, organizadores, e aos dançarinos, muito apreensivos. Os participantes não estavam habituados com o uso do geta para apresentação ,assim alguns diretores sugeriram cancelar, temendo por acidentes como quedas ou torções no tornozelo. Comunicamos aos participantes sobre o risco e pedimos a opinião de todos, mas estavam decididos pela apresentação (sobre a apresentação na Japan House apresentaremos em outro artigo).
Passamos por todo esse drama, mas no fim, correu tudo bem.
Retornando ao assunto do Festival do Japão, era a nossa primeira participação, e como leigos, não tínhamos nenhum conhecimento do que providenciar, em qual quantidade, onde obter o material, como preparar para deixar saboroso e quais os meios para providenciar com baixo custo. Partimos do zero, mas após muitas tentativas e erros, conseguimos oferecer algo satisfatório. Em especial, o tempero do kei chan, tivemos trabalho para que apesar de simples, tivesse um sabor impactante. Foi difícil também conseguir um missô semelhante ao Gujo missô. Compramos diversos tipos de missô para fazer a degustação, e experimentamos tantas vezes o kei chan testando os diversos missôs, que os amigos e familiares chegaram a reclamar pedindo para comer algo diferente. Ponderamos muito sobre como adaptar o prato ao paladar dos brasileiros, e como apresentaríamos esse prato totalmente novo no Brasil.
Para completar o cardápio, escolhemos algo com macarrão, e entre udon ou yakisoba, optamos pelo prato mais popular que era o yakisoba. No entanto, tivemos muito trabalho para conseguir aqui um macarrão adequado. Testamos com diversos tipos de macarrão, e a escolha só foi feita a um mês do evento. A quantidade dos ingredientes foi outro ponto complicado. Por exemplo, quanto de aonori, katsuobushi ou farinha seria necessário para um takoyaki? Também para conseguir os melhores preços, minha esposa fez uma pesquisa que foi mais árdua e demorada do que o esperado. Não teria fim se tentasse escrever tudo o que foi necessário fazer, mas foi realmente muito trabalhoso. Mas graças ao empenho, conseguimos comprar bons ingredientes com preço baixo, e mesmo com parte do material incompleto, estávamos prontos para o evento.
Outra questão era reunir novos voluntários. O principal objetivo da participação nesse Festival do Japão era promover a união dos jovens associados e dinamização da kenjinkai. Contatamos os associados, principalmente os ex-bolsistas kenpi, solicitando colaboração. Graças ao empenho de muitas pessoas, nos 3 dias do Festival do Japão tivemos a ajuda de 59 voluntários. Acredito que a ajuda de tantos associados, na história de 81 anos da Kenjinkai, foi um acontecimento raro. Conseguimos assim, concretizar o grande desejo de dinamizar a Kenjinkai com a participação no Festival do Japão. Tínhamos ainda, a preocupação se a comida teria boa aceitação na comunidade brasileira, se conseguiríamos vende-las.
Estávamos no stand, com o sentimento misto de preocupação, ansiedade e esperança. Cada membro tratou de se animar, e com tudo preparado para receber os visitantes, foi aberto o Festival.
Instalamos 3 aparelhos para preparo de takoyaki, 2 para gohei mochi, 1 grelha grande para kei chan, e nos 3 dias vendemos todo o estoque de takoyaki, gohei mochi, kei chan (miso yakisoba) e warabi mochi. Essa edição do Festival do Japão teve um baixo número de visitantes, e mesmo com algumas kenjinkais veteranos na participação do evento sofrendo com vendas fracas, nós da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil, apesar de iniciante, batalhamos e conseguimos obter o resultado próximo ao planejado.
Esse resultado excelente foi alcançado graças à união dos voluntários, que trabalhou em conjunto, fazendo tudo correr bem, sem grandes falhas. No decorrer dos 3 dias, nasceu um clima de grande solidariedade e união, e concluímos a primeira participação no Festival do Japão com sucesso. Desejo sinceramente que esse clima possa ser mantido, e que proporcione a dinamização das atividades da Kenjinkai. Apresento aqui a todos, em nome da associação, meus sinceros agradecimentos. Muito, muito obrigado.
(Texto original em japonês – Mitsuyoshi Nagaya – diretor-presidente da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil)
Voluntários que participaram do Festival do Japão
Amemiya , Junko
Amemiya, Lean Yuyji
Amemiya , Leida Yoshida
Amemiya ,Lie Uchida
Amemiya, Roberto Massaru
Amemiya, Takashi
Ario, Akinori
Freitas, Ingrid
Fukada, Yuko
Fukamizu, Andre Setsuo
Fukamizu, Erina Megumi Nagaya
Hashimoto, Ryo
Hashizume, Cecília
Hashizume, JIro
Hibino, Kenichi
Hirano, Iraci
Ikedo, Andre
Ikedo, Cecília
Ikedo, Clarice
Ikedo, Daniel
Izawa, Hirotaka
Izawa,Regina
Kaneko, Adriana
Kibe, Mika Ono
Kumazaki, Takashi
Kunii, Mayumi
Kunii,Hiromassa
Kurimoto, Regina Keiko Kita
Kuwabara, Eliza Yumi Shimizu
Nagao, Jorge
Nagaya, Dan Yuta
Nagaya, Elizabeth
Nagaya , Iracema
Nagaya, Leonardo Hideto
Nagaya, Mitsuyoshi
Oguikubo, Alexandra
Nakata, Angelo Eiji
Nakata, Hiroyuki
Nakata, Lilian
Nakata , Nelson Kazuo
Nishitani, Tiemi
Ono, Hidemaru
Ono, Luan
Ono, Luma
Ono, Marcos
Ono Mitsuo
Sakuma, Lissa
Sakuma Sonia
Sakuma, Yoshiko
Simamura, Ana Paula Hosoume
Shibagaki, Akihiro
Shibagaki, Harumi
Shimizu, Lina Harumi
Suzuki, Eduardo
Suzuki, Rose Nagaya
Tajima, Masami
Tajima, Tomoaki
Tsuboi, Márcia Shibagaki
Yamada, Kazuhito
Sr. Ejiri Nagato- Kencho
Srta Kunieda Mizuki – Kencho
Yoshiko Sassaki – secretaria Kenjinkai
Acontecimentos de JUNHO de 2019
- Dia 7:
- O diretor Hashizume realizou reunião com o Sr. Dante, da importadora JIROSAN;
- Encaminhado pelo restaurante do Nikkey Palace, o orçamento do jantar de confraternização da Kenjinkai com os alunos de escolas agrícolas de ensino médio;
- Dia 11:
- Realizada reunião entre o presidente Yamada e membros da comissão de Exposição de Pinturas, para deliberar sobre o diploma de premiação que será emitido pelo Consulado Geral do Japão;
- Dia 12:
- Encaminhada pela Sra. Lina Shimizu, de Registro, a lista das famílias de agricultores que recepcionarão os alunos de escolas agrícolas, para home stay;
- Realizado contato com usina de álcool da região de Piracicaba;
- Dia 19:
- Encaminhada o Boletim Mensal de maio;
- Realizada a reunião ordinária da Diretoria;
- Dia 25:
- Realizada tradução da apresentação da província de Gifu e dos itens que serão expostos na Japan House. Preparado placas para os itens de exposição e lista de convidados para a recepção;
Resumo da Ata da Reunião Ordinária da Diretoria de JUNHO/2019
- Data e hora: 19 de junho de 2019 (qua), às 17:00.
- Presentes: Mitsuyoshi Nagaya (dir. presidente), Hiromasa Kunii (dir. vice-presidente), Ken’ichi Hibino (dir. tesoureiro), Kioski Kaneko (dir. secretário), Wataru Hibino (diretor), Noboru Nagao (diretor) e associado Shibagaki.
- Assuntos
- Apresentado pelo diretor-presidente Nagaya o relatório de viagem ao Japão. Apresentado também relatório sobre a reunião com o prefeito Hioki da cidade de Gujo, ocasião em que recebeu os yukatas doados pela população de Gujo;
- Reunião com o diretor da Divisão de Turismo Internacional da Província e demais envolvidos;
- Reunião para tratar da importação dos produtos regionais;
- Apresentado o relatório contábil de maio;
- Apresentado os itens referente a palestra para o Festival do Japão e seminário na Japan House.
- Próxima reunião ordinária da Diretoria: 24 de julho de 2019 (qua), às 17:00.
- Apresentado pelo diretor-presidente Nagaya o relatório de viagem ao Japão. Apresentado também relatório sobre a reunião com o prefeito Hioki da cidade de Gujo, ocasião em que recebeu os yukatas doados pela população de Gujo;