Boletim Mensal Janeiro/2020

Felicitações de Ano Novo

Desejamos a todos um Feliz Ano Novo neste novo ano de 2020 que se inicia.
Será somente eu a sentir um crescente entusiasmo, ao iniciar este ano da realização das olimpíadas de Tokyo?
A Guifu-Kenjin-Kai do Brasil terá nova gestão definida na Assembleia Geral ordinária a realizar-se no mês de fevereiro, e gostaríamos de contar com o contínuo apoio de todos.
A Kenjinkai programou para atividades deste ano: 26/01 e 20/09 – 9º e 10º Campeonato de Golfe; Excursão a Ilha Grande com 1 pernoite; Participação no 23º Festival do Japão; Realização do 1º Undokai do Bloco Chubu; Vinda da 42ª Expedição Internacional dos Alunos de Escolas Agrícolas de Ensino Médio; Realização do 2º Haru no Yatai Matsuri; Participação no 1º Encontro Mundial dos Provincianos de Gifu a realizar-se no Japão; Realização da 16ª edição da Exposição de Intercâmbio Nipo-Brasileiro de Pinturas; e no dia 28 de novembro (sáb), às 17:00, o Bonenkai da Kenjinkai.
Manteremos a realização da reunião ordinária da Diretoria no terceiro sábado de cada mês, a partir das 15:00, assim como a edição mensal do Boletim, e contamos com a colaboração e participação ainda maior de todos.
Prevemos para este ano um intercambio maior com as demais Kenjinkais. Contribuiremos da melhor forma possível pois desejamos se possível a formação de grupos de jovens que ultrapassem as barreiras dos kenjinkais.
A Guifu-Kenjin-Kai do Brasil gostaria de contar com a ajuda de todos os associados e apoiadores neste ano. Desejamos muitas realizações e saúde a todos.

(Texto original em japonês – Mitsuyoshi Nagaya – diretor presidente da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil)

 

“Eu sou Issei”

Meu nome é Mika Ono, natural dac cidade de Gifu, província de Gifu. Cresci na cidade de Ibigawa. Aos 24 anos de idade candidatei-me a voluntariado da JICA como professora de língua japonesa (programa de voluntariado para atendimento às comunidades nikkeis). Não havia preferências quanto ao local de atuação, e fui enviada ao Brasil.
Vários foram os motivos que me fizeram interessar pelo exterior, e um deles foi o meu tio-avô. Durante a era Meiji, Kansei Ono, irmão de meu avô, formou-se no colégio agrícola, e em 1907 deixou seu posto no governo da província de Gifu e imigrou aos Estados Unidos. Após 20 anos de muito trabalho e empenho aprendeu a tocar piano, tornando-se compositor. Era uma época em que os imigrantes japoneses eram considerados classe inferior da sociedade americana, e contratados para trabalhos na área agrícola ou em casas de família (empregados e jardineiros). Kansei imigrou sozinho, e ao chegar em Portland passou a trabalhar para uma família americana. Seu objetivo em mudar-se para os Estados Unidos não era somente trabalhar para conseguir dinheiro, mas também estudar. E lá ele matriculou-se em uma faculdade de agronomia.
Em uma das casas onde trabalhou, a patroa era professora de piano, e Kansei passou a fazer aulas com ela. Foi o encontro do destino pois tomado pelo encanto do piano decidiu seguir por esse caminho. Ingressou na Universidade do Sul da Califórnia, de Los Angeles, e no curso de música da Universidade de Harvard, em Boston, estudando piano e composição.
Não imagino como conseguiu aprender a tocar piano depois de adulto, algo difícil até mesmo quando se começa ainda criança. E ainda mais se comunicando em uma língua estrangeira. Kansei vivia como compositor e professor de piano, mas como a guerra entre os Estados Unidos e o Japão tomava proporções maiores, aumentava a perseguição aos japoneses, e ele viu-se obrigado a retornar ao País, voltando a Gifu.
Mas parece ter sido muito difícil para ele, que tinha mergulhado na cultura americana, viver no Japão em plena guerra. Uma pessoa que viveu em Nova York, no início da década de 1900, quando já se iniciava a construção de arranha-céus, não conseguiria se adaptar à vida no interior de Gifu, em uma comunidade que queria ir à guerra com lanças de bambu.Tinha até sido levado pela polícia, acusado de antipatriota, por ter falado da grandiosidade dos Estados Unidos.
Segundo soube, na casa dos pais em Ibigawa Kansei tinha um piano de cauda, de fabricação alemã. Eu cresci sem saber nada sobre essas coisas. No Japão Kansei deve ter sido visto como uma pessoa excêntrica, talvez até mesmo um fardo que trouxe complicações a todos.
Estava arrumando o quarto outro dia, quando encontrei o formulário de inscrição ao
voluntariado da JICA. No motivo da inscrição havia escrito “gostaria de sentir, mesmo que seja um pouco, o que sentiram os isseis que viveram no exterior”. Deve ter sido o meu desejo de saber como é viver em um país estrangeiro, após ler o diário de Kansei sobre seus 20 anos nos Estados Unidos.
Cheguei ao Brasil há 27 anos, em 1992. Com certeza sou uma novata aos olhos dos
imigrantes pioneiros, mas já consigo dizer “sou issei”. Antes, eu dizia “não sou issei, sou japonesa”. Meu conceito de japonês ou issei é do japonês que retornará ao Japão, ou do japonês (issei) que reside no Brasil. Casei-me com um nissei, criei nossa filha no Brasil, e depois de tanto tempo morando aqui passei a sentir que esse era o meu lugar.
Hoje, graças à internet, podemos obter notícias do Japão em tempo real, assistir a programas de TV e comprar produtos alimentícios do Japão. Após a morte de meu pai tenho retornado ao Japão 2 vezes ao ano para visitar minha mãe em Gifu. Com certeza não passo por nenhuma dificuldade vivida pelos imigrantes pioneiros, que passaram muitos anos sem poder retornar ao Japão. Não imagino conseguir dar uma grande contribuição à posteridade de algo do Japão, aqui no Brasil, mas me empenhei em transmitir a língua japonesa à minha filha, baseada nas técnicas de educação bilíngue.
Relembrando agora, retornei ao Japão após concluir os 3 anos de voluntariado da JICA, mas como ainda restava 1 ano de visto, voltei logo em seguida ao Brasil. Gosto muito de futebol, e há 24 anos alcancei meu sonho de me tornar jornalista esportiva (futebol). Entrevistei jogadores e técnicos famosos, escrevi artigos para revistas e jornais do Japão e consegui publicar um livro no Japão.
Mas isso não é nada. No Brasil temos muitas pessoas extraordinárias. São aqueles que imigraram para cá e construíram a vida do zero, passando por muitas dificuldades. E também os nisseis, sanseis e yonseis que herdaram esse espírito de seus antepassados.
Os nikkeis possuem o esforço, habilidade e seriedade dos japoneses e a imensa alegria e energia dos brasileiros, uma combinação do que há de melhor em ambas as partes. E se ajudam de uma forma muito natural. Assim são os que participam da Guifu-Kenjin-Kai. A partir dos sanseis e demais, mesmo não falando o japonês transmitem o que há de melhor dos japoneses aqui no Brasil.
Kansei anotou na capa de seu diário: “Kan-nan nanji wo tama ni su” (somente após superar as dificuldades e adversidades é que se torna uma grande pessoa).
Também não tive de superar tantas dificuldades… consigo dizer “sou issei”, mas acho que ainda não estou em um nível a entender o sentimento dos isseis. Mas estou cercada de muitas pessoas que superaram vários obstáculos e de seus descendentes que herdaram o mesmo espírito. Fico muito grata pela grande energia que recebo deles. Passados 27 anos no Brasil, espero que
continuando a dizer “eu sou issei” possa me tornar uma verdadeira issei.

(Texto original em japonês – Mika Ono – diretora da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil (residindo no Brasil desde 1992))

 

Realizado o Bazar da Guifu-Kenjin-Kai

No dia 10 e 11 de janeiro passado (sáb-dom) realizamos na Guifu-Kenjin-Kai do Brasil um bazar para venda de objetos sem uso da Kenjinkai.
No final do ano passado realizamos uma grande limpeza na Kenjinkai, o que não era feito há alguns anos, e separamos inúmeros itens guardados no depósito. Separamos mais de 500 itens em livros, pratos, xícaras, artesanato, camisetas e pequenos objetos. Os objetos foram expostos conforme foto ao lado, e transmitidos via
WhatsApp aos nossos contatos. Tivemos a visita de cerca de 80 pessoas durante os dois dias do bazar.
Como organizamos de última hora foi realizada uma divulgação simples, mas tivemos mais visitas do que o esperado. Nossos sinceros agradecimentos. Agradecemos à presença dos membros da Diretoria, aos visitantes e senhores voluntários. Graças a todos o bazar foi um grande sucesso.

 

(Texto original em japonês – Mitsuyoshi Nagaya – diretor presidente da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil)

 

Acontecimentos de DEZEMBRO de 2019

  • Dia 4:
    • O diretor-presidente Nagaya participou da primeira reunião sobre o Undokai do Bloco Chubu, realizada no Fukui Kenjinkai;
  • Dia 4:
    • Pago a anuidade 2019 à Kenren;
  • Dia 10:
    • Enviado ao Japão o boletim mensal de dezembro e cartões de Natal;
  • Dia 12:
    • O diretor-presidente Nagaya participou da reunião e Bonenkai da Kenren;
  • Dia 14:
    • Realizada no salão do Akita Kenjinkai a reunião referente ao Festival do Japão 2020;
    • Limpeza do escritório da Kenjinkai com a ajuda dos voluntários;
  • Dia 17:
    • O diretor-presidente Nagaya participou da segunda reunião sobre o Undokai do Bloco Chubu;
  • Dia 21:
    • Realizada a Reunião Ordinária da Diretoria do mês de dezembro;
  • Dia 26:
    • O diretor-presidente Nagaya visitou o Nikkey Shimbun para cumprimentos.

 

Resumo da Ata da Reunião Ordinária da Diretoria de DEZEMBRO/2019

  • Data e hora: 21 de dezembro de 2019 (sábado), às 15:00.
  • Presentes: Mitsuyoshi Nagaya (dir. presidente), Hiromasa Kunii (dir. vice-presidente), Ken’ichi Hibino dir. tesoureiro), Kioski Kaneko (dir. secretário), Wataru Hibino (diretor), Mika Kibe Ono (diretora);
    Noboru Nagao (diretor), Satoru Asano (conselheiro fiscal), Sonia Sakuma (associada), Paulo associado), Emiko Nagaya (associada), Eiji Nakada (associado) e Ana Shimamura (associada) (total 13)
  • Assuntos:
    1. Cumprimento e palavras do diretor-presidente Nagaya:
      Apresentou os agradecimentos aos presentes na última reunião da Diretoria de 2019. Relembrou os acontecimentos do ano que passou – Festival do Japão, seminário da Japan House, evento de divulgação da Província de Gifu, apresentação do Gujo Odori em diversas ocasiões, 41ª Expedição Internacional dos Alunos de Escolas Agrícolas de Ensino Médio, excursão de 1 pernoite a Cunha,
      1º Haru no Yatai Matsuri, Campeonato de Golfe da Guifu-Kenjin-Kai do Brasil (realizado 2 vezes ao ano), Bonenkai, etc. – eventos com a participação de muitos associados e amigos, em uma animação como nunca se viu.
    2. Apresentação dos acontecimentos do mês de novembro – 15ª edição da Exposição de Intercâmbio Nipo-Brasileiro de Pinturas, 1º Haru no Yatai Matsuri, Bonenkai;
    3. Apresentação do movimento contábil do mês de novembro – Comunicado pelo governo da província a confirmação de envio de subsídio referente divulgação da província no Festival do
      Japão e na seminário da Japan House;
    4. 1º Undokai do Bloco Chubu – o diretor-presidente Nagaya explicou sobre a realização undokai com a participação de 10 kenjinkais do Bloco Chubu e Saitama Kenjinkai. Será necessário colaboração principalmente dos jovens. Previsto para o dia 20 de setembro de 2020, em local ainda não definido;
    5. Apresentado a programação para os preparativos referente participação no Festival do Japão e
      Dança Gujo;
    6. Formada a comissão eleitoral para eleição da nova Diretoria, com o diretor Nagao como presidente da comissão;
    7. Confirmada a realização da Assembleia Geral Ordinária – exercício de 2020, no dia 16 de 2020, a partir das 10:00. Sugerido o diretor Wataru Hibino para presidiar a sessão;
    8. Outros assuntos da Secretaria – a reunião ordinária da Diretoria de janeiro será realizada no dia de janeiro (sáb), às 15:00.