Boletim Mensal Julho/2020

Dr. Shizuo Hosoe e sua obra


Associados Natos de Gifu-ken foto tirado no Hotel Ikeda aprox.. 1940: (losango) Irmãos Nagase
Em pé: Miyake, Yano, Ikedo, Imai, Hosoe, Nomura(X)
Sentados: Takagui, Ono, Katsugawa, Ueda, Asahi, Kato, Tuboi, Iwahara
“Dr. Shizuo Hosoe e sua obra”

Nasceu em 04 julho de 1901 na zona rural de Wasa Nakahara-mura Masuda-gun província de Gifu Japão, atual Wasa Gero-shi Masuda-gun província de Gifu.

Em 1926 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Keio, e em 1930 formou-se na 8ª turma de formandos da medicina. Nascido na zona rural pobre, estudou com muitas dificuldades, e “queria ser médico para trabalhar em zonas onde houvesse carência de assistência médica”. Logo na formatura recebeu um convite do professor Mikinosuke Miyajima que não tinha esquecido o ideal filantrópico do Dr. Hosoe e teria apresentado a ele a colônia japonesa no Brasil, a maior aldeia sem médico no mundo, e assim o jovem médico decidiu vir ao Brasil”.

Desembarcou no porto de Santos em 28 de agosto de 1930 como médico estagiário do Ministério de Negócios Estrangeiros. Ao chegar, foi enviado à cidade de Bastos, próximo à estação de Rancharia da linha Sorocabana do Estado de São Paulo, permanecendo por 4 anos onde clinicou e ajudou a planejar a construção de um novo hospital financiado pela Cooperativa de Colonização do Brasil (BRATAC), cuja construção foi iniciada em setembro de 1930 e inaugurado em 1932. Chegou ao Brasil com um contrato de 3 anos, mas acabou permanecendo no Brasil.

Perdeu o exame de revalidação do diploma de médico devido à Revolução de 1932. Para poder exercer a profissão, em 1935 ingressou na Faculdade de Medicina da USP, formando-se em 1940. Foi o segundo nikkei a se formar naquela faculdade, o primeiro foi Massaki Udihara em 1939. Naturalizou-se brasileiro em 1941; apesar da idade, teve que cumprir o serviço militar, de 1942 a 1943, juntamente com os recrutas jovens.

Foi o primeiro profissional contratado pela Sociedade Beneficente Santa Cruz. Em 1935, foi nomeado eiseigishi (técnico de saúde) do Dojinkai
De 1935 a 1938 com o cargo formal de eiseigishi (pois não poderia exercer oficialmente a profissão de médico) dirigiu o atendimento noturno diário das 19 horas às 21 horas no consultório do Dojinkai, realizou o atendimento no interior do estado e auxiliou no planejamento da construção do Hospital Santa Cruz.

Em 1936 liderou a construção do Sanatório São Francisco Xavier em Campos do Jordão, inaugurado em 1937.

O Hospital Santa Cruz foi inaugurado em abril de 1939, e começou a funcionar em 04 de setembro de 1940. O Dr. Hosoe exerceu o cargo de assessor do superintendente, ao mesmo tempo que assessorava diversos setores do Hospital. Em 1941 naturalizou-se brasileiro. Em abril de 1942 houve a intervenção da polícia estadual no Hospital Santa Cruz e nomeou-se como interventor o Dr. Freitas. Dr. Hosoe se desligou do Hospital e abriu o consultório médico do Dojinkai, na Rua Cantareira, 411.

No início de 1944 recebeu a autorização de clinicar no Brasil; em 19 de agosto de 1944 foi preso por 1 mês sem motivo, como ocorreu com muitos japoneses no Brasil.

Logo após 15 de agosto de 1945, data de término da 2ª Guerra Mundial, abriu a filial do Dojinkai em Mogi das Cruzes e lá clinicou por cerca de 2 anos.

Em fevereiro de 1953 criou e fundou com os jovens descendentes de imigrantes japoneses o Grupo Escoteiro Caramuru que num jantar, após ouvir a palestra do Visconde Michiharu Mishima, que chegou a exercer o cargo de Quarto Presidente Geral da União dos Escoteiros do Japão, disse “Este é o movimento ideal para obter a integração socioeconômica e cultural dos nisseis na sociedade nipo-brasileira”. Em 1954 no Acampamento Internacional de Patrulhas em comemoração ao IV Centenário da cidade de São Paulo, foi condecorado com a medalha “Condor de Prata de Buena Acción”, pela Federação de Escoteiros do Chile. Em 1962, Boy Scout of Nippon condecorou com a medalha “Falcão”.
Em 1956 lançou o livro Seisho 1 e Seisho 2.

Em 1959 começou a preparar a fundação do Engo Kyokai, atual Enkyo, para viabilizar o consultório a preço de custo, as visitas clínicas ao interior, a distribuição de caixa de primeiros socorros a preço de custo. No mesmo ano, lançou o dicionário farmacêutico.

A partir de outubro de 1970 passou a trabalhar somente no Dojinkai, retirando-se das atividades em meados de 1972 por motivo de saúde. Faleceu em 28 de agosto de 1975.

O Dr. Hosoe, além de fazer parte da história da medicina da colônia japonesa no Brasil, é lembrado com respeito como benfeitor da humanidade e do escotismo para jovens, o que levou a ser condecorado pela Associação Médica Japonesa e Governo Japonês. Em 16 de novembro de 1962 a Associação Médica do Japão outorgou o “Prêmio pelos Melhores Serviços”, reconhecendo os 45 anos de serviços prestados no Brasil. Em 26 do mesmo mês o governo Japonês premiou com a Ordem do Crisântemo do terceiro grau “Kun Santo”.

(Texto original: Mitsuo Ono – Conselheiro Fiscal Gifu kenjinkai)

Apresentação do Sr. Mitsuo Ono

Nascido em Ono mura, Tomino-ho, Gifu Ken, atual Seki-shi em 08 de outubro de 1946.

Depois da reabertura para imigração japonesa pelo governo brasileiro após II guerra Mundial, aos 8 anos de idade acompanhando seus pais Masakazu e Kiyoko com os irmãos Teruyo, Hidemaru e Mariko, desembarcaram em Santos em 19 de setembro de 1954, atravessando os oceanos no navio America maru.

Foi morar na cidade de Bastos e trabalhar na sericultura na fazenda do avô Seichiro Ono que tinham imigrado com a família para o Brasil em 1926, deixando Masakazu (2ºfilho na época com 14 anos).

Em 1955 sem saber uma palavra em português iniciou o primeiro ano do curso primário no Grupo Escolar Águia de Haia. Em 1959 ingressou no Ginásio Estadual de Bastos. Na época não existia curso colegial na cidade de Bastos, então aos 16 anos mudou-se para São Paulo. Em janeiro de 1963 para poder se sustentar e estudar, começou a trabalhar como auxiliar de calculista, na Cooperativa Agrícola de Cotia no Bairro de Pinheiros, cursando o colegial a noite no Colégio Instituto de Educação Fernão Dias Pais.

Desde 1966 até o ingresso em 1969 na Faculdade de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo trabalhou na empresa Anderson Clayton onde em 1973 se formou como Engenheiro Eletricista.

Desde 1973 a julho de 1974 trabalhou como estagiário e engenheiro júnior na empresa INDEL na cidade de Itapecerica da Serra. Em 01 de agosto de 1974 ingressou na Cia Energética de São Paulo, na obra em construção da Usina de Ilha Solteira no Rio Paraná com potência de 3200 MW. Especializou-se como engenheiro de comissionamento de unidade geradora de grande porte (engenheiro de teste para funcionamento de Turbinas e Geradores recém montada), em 1984 tornou-se gerente da empresa nesta área.

Trabalhando como engenheiro de comissionamento, atuou nas unidades de Ilha Solteira(3200MW), UHE JUPIÁ (1400MW), PROMISSÃO (270MW), CAPIVARA (640MW), ÁGUA VERMELHA (1380MW), PARAIBUNA (86MW), NOVA AVANHANDAVA (300MW), ROSANA (240MW).

Na década de 90, o Brasil previu a escassez de energia elétrica, com o fim de grandes aproveitamentos hidroelétricos. Em 1989 foi transferido para Rio Claro-São Paulo como chefe do Laboratório de Conservação de energia, montou e operou laboratórios de refrigeração, luminotécnica, e de motores com a finalidade de pesquisa em conservação de energia, auxiliando na normalização da etiquetagem das eficiências de refrigeradores, ar condicionado, motores elétricos, luminárias reflexivas com lâmpadas fluorescentes e desenvolvendo reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes. Lá elaborou trabalhos nessa área, sendo premiado com os trabalhos no 4º Seminário Técnico das Empresas de Energia de São Paulo.

“Conservação de energia na iluminação comercial” e
“Introdução da Bomba de calor na conservação de energia”
Trabalhou também como gerente na área de eletrificação rural, no programa Luz para Todos do Estado de São Paulo.

De 1980 a 1989 foi contratado como professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UNESP-Universidade Estadual de São Paulo, ministrou aulas na área de máquinas e gerações elétricas, montou o laboratório de conversão eletromecânica de Energia.

Ministrou várias palestras na área de Engenharia Elétrica, produziu alguns trabalhos como Determinação de Rendimento em Geradores de Grande Porte, Ensaios Dielétricos em geradores de Grande Porte.

Após aposentado da Companhia Energética de São Paulo em 1996, trabalhou como consultor técnico nas Usinas hidroelétricas de ITÁ-Santa Catarina(1450MW), GUAPORÉ-Mato Grosso(120MW), LAJEADO-Tocantins (902,5MW), além de várias PCHs (Pequenas Centrais Hidroelétricas), 3 em Mato Grosso, 3 em Rio Grande do Sul, na Bahia e Espírito Santo. Em toda sua carreira participou no comissionamento de mais de 100 turbogeradores hidráulicos, além de várias subestações de 69 a 500KV.
Em fim como profissional deixou marca dos seus trabalhos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Tocantins.

(Texto original: Mitsuo Ono Conselheiro Fiscal Gifu kenjinkai)


ACONTECIMENTOS DE JUNHO DE 2020

  • 02
    • Consulta Ag. Turismo Tunibra sobre voos para JP. 3 empresas aéreas estão operando com redução de nr de voos. Porém emissão do visto japonês estão suspensas até 30/06.
  • 04
    • Reunião da diretoria do Kenren
  • 05
    • Problema com impressora, foi retirado pela empresa de manutenção
  • 06
    • Reunião por vídeo conferencia da Chubu Brasil/Seinen com 25 participantes
  • 11
    • Recebido aviso de aprovação de subvenção do ano 2020 pelo Kencho Reunião da diretoria do Kenren .
  • 17
    • Reunião da Comissão organizadora da 16ª Exposição de Pintura por vídeo conferencia
  • 18
    • Fundação Kunito Miyasaka informa aprovação do apoio para realização da 16ª Exposição de Pintura
    • Reunião da diretoria do Kenren
  • 19
    • Angelo Nakata (bolsista Kenpi 2020), Presid. Nagaya reunião por video com Kencho
  • 20
    • Reunião mensal da diretoria por vídeo confêrencia
  • 24
    • Reunião da Comissão Organizadora de Pintura decidido exposição online.
  • 25
    • Reunião do Conselho de Representantes do Kenren por vídeo conferência.
  • 26
    • Reparo de emergência no banheiro (na torneira e no vaso )
  • 29
    • Enviado ao Consulado do Japão doct. de solicitação do uso do nome por correio.
    • Aberta Inscrição para participar da 16ª Exposição de Pintura
  • 30
    • Presid. Nagaya participou da reunião do Kenren.
  •  

RESUMO DA ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA DIRETORIA DE JUNHO DE 2020

  • Data e hora: 20/06/20 – as 15h
  • Presentes: itsuyoshi Nagaya (dir. presidente), Hiromasa Kunii (dir.vice-presid.), Jorge Nagao (dir.tesoureiro), Kioski Kaneko (dir.conselho), Mitsuo Ono (dir.conselho), Sônia Sakuma (dir. secretaria), Mika Ono Kibe (diretora), Iracy Hirano (diretora), Kenzo Nakata (diretor), Lina Shimizu (dir. regional/Registro).
  • Assuntos:
    1. 112 anos da Imigração 18/06 e 20/06 dia Internacional do Nikkey.Devido a pandemia do COVID todas comemorações suspensas. Realizada missa virtual em Memoria aos mortos pela Kenren, Bunkyo e Federação Budista. Apresentada Live para Comemoração do dia Internacional Nikkey .
    2. Presid. Nagaya, como vice-presid.Kenren tem participado da reunião virtual do Kenren toda semana.
    3. Apresentado a movimentação contábil de maio pelo Sr. Jorge Nagao. Informado a negociação feita pela Sra Beth Nagaya com a VIVO sobre a redução no valor mensal do contrato.
    4. Informação e Subvenção do governo de Gifu.
    5. Marcos Hashimoto presidente da exposição fez explanação sobre a realização e inscrição da 16ªExposição de Pintura. Aprovada a solicitação e divulgação nos site de Gifu-shi, Seki-shi
      e Nakatsugawa .
    6. Diretor Kenzo Nakata fez apresentação do Grupo Chubu. Sobre o desenvolvimento e início de atividade do Grupo Chubunka. Chamada para campanha de solidariedade COVID-19 com pedido de doações de cestas básicas para famílias necessitadas.
    7. 03/10 – programada Festival do Japão on line pela Kenren que solicitou a participação dos jovens líderes de cada Kenjinkai . Decidido que a Gifu Kenjinkai cooperará liderados pelos
      diretores Kenzo Nakata, Sonia Sakuma e Jorge Nagao.